quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

DÍVIDA PÚBLICA DE MOÇAMBIQUE É SUSTENTÁVEL , GARANTE O MANUEL CHANG, O MINISTRO DAS FINANÇAS EM DEZEMBRO DE 2011


Manuel Chang, Ministro das Finanças de Moçambique

O GOVERNO considera que a dívida pública do país, estimada em cerca de 4.8 biliões de dólares norte-americanos, continua sustentável. O Ministro das Finanças, Manuel Chang, em recentes declarações ao “Notícias”, em Maputo, afirmou também que a dívida pública externa, estimada em cerca de 3.8 biliões de dólares tende a estabilizar, enquanto que a interna (de cerca de um bilião de dolares) tende a aumentar.

“Não há dúvida que a dívida interna nos últimos tempos tem estado a crescer precisamente porque há muita coisa que temos estado a fazer aqui dentro. Temos estado a financiar o défice orçamental com as Obrigações do Tesouro, bem como os de tesouraria com a emissão de bilhetes de tesouro. Também tivemos alguns contratos de leasing para a construção de edifícios do Estado, mas mesmo assim, continuo a dizer que é uma dívida que está sob o controlo e que está dentro dos níveis de sustentabilidade”, disse.

A dívida pública externa de Moçambique situava-se em 4,8 mil milhões de dólares em 2004 mas, na sequência de uma série de negociações com os credores multilaterais e bilaterais, o seu valor baixou em 2006 para 3 549 milhões de dólares.

Dois anos mais tarde, no âmbito das negociações com países membros de Clube de Paris, Moçambique beneficiou de um cancelamento de dívida no montante de 47,2 milhões de dólares nos termos de um acordo alcançado com Portugal.

Manuel Chang falou também do impacto positivo que a criação da Autoridade Tributária de Moçambique (AT) está a gerar na receita do Estado.

“Antes da entrada em funcionamento da AT há cerca de seis anos, tínhamos uma receita que andava em cerca de 12 porcento do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2012 a nossa receita vai atingir 22 porcento do PIB. Portanto, isso mostra que por ano temos estado a crescer em média um ponto percentual do PIB, contra os 0.5 pontos percentuais que estão previstos no programa do Governo para os dois períodos do mandato”, disse.

O ministro das Finanças fez igualmente uma avaliação do grau do cumprimento da arrecadação da receita fiscal no ano prestes a findar, afirmando que está acima das previsões.

“As receitas internas que são colectadas pela Direcção-Geral de Impostos (DGI) já foram cobradas até ao momento em cerca de 102 porcento. Estamos agora a fazer o acompanhamento da receita externa cobrada pelas Alfândegas que também pensamos que vai alcançar a meta. Isto mostra que a economia está a funcionar e a crescer”, afirmou.


Fonte: Jornal Noticias, Online, 27/12/11, Maputo

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Autoridade de Tributaria delega competências ao BCI para cobrar impostos Aduaneiros através da Janela Unica



O Banco Comercial e de investimentos é o vencedor de um concurso público destinado à cobrança de impostos aduaneiros.

Para o efeito, concorreram cinco bancos comerciais da praça, tendo o BCI vencido o concurso por ter reunido os requisitos exigidos pelo projecto, liderado pela Autoridade Tributária de Moçambique (AT). a iniciativa enquadra-se no âmbito da bancarização dos impostos aduaneiros.

a cobrança de impostos pelo BCI vai cingir-se aos impostos que derivam do comércio externo, ou seja, os que são arrecadados pelas alfândegas.

De acordo com o presidente da Comissão Executiva do Banco Comercial e de Investimentos, Ibrahimo Ibrahimo, os sistemas informáticos do banco ficarão ligados à Mcnet, empresa que está a operacionalizar o projecto da Janela Única Electrónica. Trata-se de um sistema inaugurado, recentemente, pelo primeiro-ministro, Aires Ali, e visa imprimir maior celeridade no processo de desembaraço aduaneiro de mercadorias e diminuir, gradualmente, os custos de desalfandegamento, bem como o volume de papéis envolvidos no processo.

Fonte: Jornal O Pais, online, 24/12/11, Maputo

A Universidade de Nachingweia, já tem Reitor, trata-se do Prof.Doutor Luís Covane, docente da UEM.


Luís Covane, é o reitor da Universidade Nachingwea

O antigo vice-ministro da educação, Luís Covane, é o Reitor da Universidade Nachingwea, instituição de ensino superior privada da Frelimo. O presidente da Frelimo, Armando Guebuza, que empossou Covane como reitor daquela instituição, na sede do partido, desafiou-o a ministrar cursos que beneficiem o país e promovam o desenvolvimento socioeconómico, através da formação de pessoas no saber fazer.

A nova universidade vai abrir portas em 2012, entre outras áreas, estará vocacionada à extensão e investigação em vários domínios científicos, ministrando, numa primeira fase, cursos de Economia, Informática, Ciências Jurídicas, Políticas e Administração Pública.

A universidade, que vai entrar em funcionamento para o ano, é aberta a todos os extractos sociais moçambicanos. Brevemente, segundo Luís Covane, será lançado um concurso público para a selecção de candidatos a ingressar naquele estabelecimento de Ensino Superior.

A mesma vai funcionar Escola Central do Partido Frelimo, na Matola, até se construir o campus universitário. De olhos virados para os descobrimentos de recursos naturais, a instituição vai introduzir já em 2013 cursos técnicos, que promovam o saber fazer. Nachingwea espera iniciar o ano lectivo 2012 com perto de 500 estudantes e defende que as propinas cobradas deverão permitir o acesso a muitos moçambicanos, mas ainda não foram divulgadas.

Fonte: Jornal Noticias e O Pais, online, 23/12/11, Maputo

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Fundos do Erário Público: AR no Encerramento da IV Sessao Ordinaria apela à gestão transparente.



A PRESIDENTE da Assembleia da República, Verónica Macamo, apelou a necessidade de prática de um modelo de gestão transparente, criterioso e moderno para que os fundos do erário público sejam plena e racionalmente aplicados, no contexto das realizações da instituição que dirige.

Falando ontem, em Maputo, no encerramento da IV sessão ordinária, Verónica Macamo reconheceu que o desempenho do órgão foi, de certo modo, condicionado pela exiguidade do orçamento pois, o país em geral, vive sob efeitos nefastos da crise financeira internacional.

Indicou que o impacto da vulnerabilidade dos mercados, nomeadamente do mercado dos combustíveis inflacionou os preços dos bens e serviços de que tanto a Assembleia da República necessita para a realização das suas actividades.

“Com efeito, a Comissão Permanente decidiu tomar medidas de poupança interna, nomeadamente contenção de despesas e de maior disciplina na execução orçamental. Não obstante as várias adversidades apraz-nos salientar que, como tínhamos projectado, solucionamos alguns constrangimentos que condicionavam o bom desempenho dos órgãos da nossa casa”, salientou.

Ela referiu que a IV sessão da Assembleia da República teve uma agenda sobremaneira carregada. É que para além dos trabalhos de produção legislativa e de fiscalização da acção governativa prosseguiu com as actividades de revisão do pacote eleitoral e da Constituição da República.

“É nosso desejo que a revisão destes dois últimos instrumentos, pelo seu acrescido impacto na nossa democracia tenha a participação de todos e que durante o exercício de revisão se alcance o máximo de consensos possíveis”, desejou.

Destacou igualmente a aprovação nesta sessão, de várias outras leis e resoluções, com destaque para dois instrumentos de orientação macroeconómica e social, nomeadamente o Plano Económico e Social para 2012, o respectivo orçamento e sublinhou que tais são nevrálgicos para a materialização do programa quinquenal do Governo.

Entretanto, discursando na mesma sessão, a chefe da bancada parlamentar da Frelimo, Margarida Talapa, afirmou que a conjuntura económica e financeira internacional continua a representar um grande desafio para o mundo em geral e para as economias menos desfavorecidas em particular. Todavia, indicou que em Moçambique, apesar das adversidades ditadas pela realidade global, as acções do Governo, aliadas ao empenho dos moçambicanos nas diversas frentes tem garantido a estabilidade macroeconómica e o crescimento.

Por seu turno, Maria Angelina Enoque, chefe da bancada da Renamo criticou o Governo por alegadamente subestimar, em muitos assuntos, as opiniões da oposição política e de muitas organizações da sociedade civil o que, na sua óptica, põe a nação refém dos interesses do partido no poder.

Já Lutero Simango, da bancada do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), defendeu a exploração dos recursos naturais em benefício dos moçambicanos, o que contribuirá para a redução da dependência externa e para a melhoria da qualidade de vida do povo.

A sessão encerrou com as três bancadas a desejarem aos moçambicanos festas felizes pelo Natal e Fim-de-Ano.

Fonte: Jornal Noticias, online, 22/12/11, Maputo.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

ESTADO DA NAÇÃO: Informação Anual do Chefe de Estado, Sua Excelência Armando E. Guebuza, à Assembleia da República sobre a Situação Geral da Nação.

Produção em Moçambique

Os desafios para o aumento da produtividade

Informação Anual do Chefe de Estado, Sua Excelência Armando Emílio Guebuza, à Assembleia da República sobre a Situação Geral da Nação.

Introdução

1. É com elevada honra e solenidade que nos dirigimos ao maravilhoso Povo Moçambicano, através de todos e de cada um de vós, Senhores Deputados, para, em cumprimento do dever constitucional, apresentar a Informação Anual do Chefe do Estado à Assembleia da República sobre a Situação Geral da Nação, ao abrigo do disposto na alínea b), do artigo 159 da Constituição da República de Moçambique.
2. Gostaríamos, antes de mais, de reconhecer e enaltecer esta Magna Assembleia como símbolo da Unidade Nacional, do pluralismo político e da abertura ao diálogo na Nação Moçambicana.
3. De igual modo, dirigimos uma palavra de saudação aos Senhores Deputados, representantes da multiplicidade das sensibilidades políticas, sociais e culturais da nossa Pátria Amada, pela forma como se irmanam para contribuírem para a promoção da boa governação, combate contra a corrupção e promoção da cultura de prestação de contas. Felicitamos os Senhores Deputados por estarem a projectar esta Pérola do Índico como exemplo em África e no mundo, de como um Povo pode cultivar a paz, o diálogo e solidariedade, num contexto multipartidário.
4. Em observância do consagrado na nossa Lei Mãe, os Senhores Deputados engrandeceram o vosso compromisso de legítimos representantes do nosso maravilhoso Povo ao apreciarem e aprovarem o Plano Económico e Social para 2012 e o respectivo Orçamento de Estado e demais legislação nos diferentes domínios. Neste contexto, deram uma resposta acertada e um exemplo de louvar, no âmbito da produção e da resposta aos desafios para o aumento da produtividade e da competitividade na Nação Moçambicana.

Condolências
5. Pela ausência física do nosso convívio diário dos Senhores Deputados Bonifácio Gruveta Massamba, Francisco Domingos Paulo Machambisse, Aida Matsangaissa e seu esposo, Domingas Alberto Ceia e Manuel Nongote Bendzane, gostaríamos de expressar as nossas mais sentidas condolências e sentimentos de pesar. Endereçamos igualmente a nossa solidariedade às famílias enlutadas, às bancadas parlamentares da FRELIMO e da RENAMO e à Assembleia da República.

Os grandes eventos do ano
6. Ao longo deste ano, realizámos eventos que concorreram para a consolidação da Unidade Nacional, da auto-estima, da paz e para a cristalização da consciência de moçambicanidade e de comunhão de destino. Destacamos, assim, os seguintes eventos:
• Declaramos o ano de 2011, “Ano Samora Machel”, no ano em que assinalamos a passagem dos 25 anos depois do bárbaro assassinato do saudoso Presidente Samora Machel, pelo regime do Apartheid, para exaltar a vida e obra deste:
• Destemido comandante de guerrilha;
• Proclamador da nossa Independência Nacional; e
• Primeiro dirigente do nosso Moçambique, livre e independente.
• Ao longo do ano, foram realizadas diversas actividades, no nosso solo pátrio e no estrangeiro, que sublinham como o saudoso Presidente Samora Machel foi autor da sua própria biografia e se destacou como um Estadista e internacionalista de grande craveira.
• Em homenagem a este Herói Nacional, estão a ser erguidos monumentos, em todas as províncias desta Pátria de Heróis, que o consagram como figura obreira de actos de bravura, visão e firmeza e detentora de valores que cobrem todas as colorações políticas e sensibilidades que caracterizam uma sociedade plural como a nossa, a região e o mundo. Por isso reafirmamos: Samora Vive!
• Um outro acontecimento digno de realce foi a aprovação, pelos legítimos Representantes do Povo, da Lei sobre o Sistema de Títulos Honoríficos e Condecorações. Trata-se de um instrumento legal que tem como objectivo reconhecer e exaltar os feitos de figuras nacionais e estrangeiras pelas suas obras em prol do nosso Povo heróico.
• A transformação do Ministério dos Antigos Combatentes em Ministério dos Combatentes não representou apenas uma mudança de nomenclatura mas também, e sobretudo, de orientação do seu papel na promoção de maior inclusão e mobilização de mais moçambicanos para darem o seu contributo na luta contra a pobreza e pelo nosso bem-estar.
Neste contexto, os Combatentes da Luta de Libertação Nacional e os Desmobilizados de Guerra têm um papel a desempenhar no processo de consolidação da Paz, da Democracia e do Estado de Direito. Com esses pilares referenciais, esta Magna Casa aprovou a “Lei sobre o Estatuto do Combatente”.
• A realização da Décima Edição do Festival Nacional dos Jogos Desportivos Escolares, na Cidade da Matola, constituiu mais uma oportunidade para o re-encontro da juventude moçambicana para partilhar emoções, exibir talentos e aprofundar os valores de cidadãos íntegros, com espírito patriótico e cientes das suas responsabilidades.
• Realizámos, sob o lema “Diálogo e Entendimento Mútuo, no nosso melhor”, o Acampamento Nacional da Juventude, no âmbito dos Décimos Jogos Africanos, Maputo 2011 e do Ano Samora Machel, onde participaram jovens oriundos de todo o nosso Moçambique.
• Esta Pátria de Heróis conquistou o quarto lugar do Grupo A, no Campeonato Mundial de Hóquei em Patins em San Juan, Argentina. Queremos saudar a nossa selecção nacional desta modalidade, por mais este feito que enriquece o nosso palmarés de honras e glórias.
• Acolhemos nesta Pérola do Índico, os Décimos Jogos Africanos – Maputo 2011, o maior acontecimento desportivo, em solo pátrio, desde a nossa Independência Nacional. Uma vez mais, demonstramos a nós mesmos, à nossa Mãe-África e ao mundo como somos capazes de nos auto-superar para vencer desafios, ao organizar as condições técnicas e logísticas, em menos de dois anos, para acolher, com sucesso, dignidade e comodidade, as olimpíadas africanas.
A Presidência Aberta e Inclusiva

7. A Presidência Aberta e Inclusiva,
que faz parte das nossas promessas eleitorais e integra a nossa cultura política, conheceu a sua segunda edição deste mandato. Decidimos, nesta edição, privilegiar os Postos Administrativos e as Localidades, levando connosco como uma das mensagens centrais, o desafio do aumento da produtividade e competitividade, não apenas no sector agrário, como também em todos os outros sectores da actividade social e económica desta Pérola do Índico.
8. Queremos sublinhar que é com cada um de nós fazendo a sua parte, com cada um dos nossos sectores fazendo o melhor na redução dos tempos e dos recursos que aplica, que vamos assegurar que a nação moçambicana aumente a sua produtividade e competitividade, melhorando a qualidade dos produtos e serviços.
A cultura de trabalho e o espírito patriótico, de auto-superação e de bem servir são fundamentais para o aumento da produtividade e da competitividade.
9. Foram estes conceitos que levamos à reflexão dos dirigentes locais, dos membros dos conselhos consultivos, dos agentes económicos e do nosso maravilhoso Povo, quer na interacção nos comícios populares, quer no diálogo que com eles travamos nos seus empreendimentos e locais de actividade. Nestes contactos, testemunhamos como os nossos compatriotas estão, à semelhança do que acontece a nível central, a abraçar estes conceitos. Na verdade, eles não se cingem apenas ao aumento da produção, através do aumento de áreas trabalhadas ou de horas de trabalho despendidas nos gabinetes ou na produção de determinada obra ou provisão de determinado serviço. Eles estão a adensar a sua certeza de que, através do aumento da sua produtividade aumentam, necessariamente, a sua produção: é neste processo que sobressai o espírito empreendedor e a criatividade do moçambicano.
10. Graças à apropriação e aplicação destes conceitos, aceleram-se mudanças na vida das comunidades, melhora-se o atendimento às petições, queixas e reclamações dos cidadãos e aumenta o número dos seus pedidos sobre a qualidade do que já têm disponível. No passado, eram os pedidos para suprir as muitas carências que eram trazidos para a nossa atenção. Hoje mesmo quando se quer pedir algo de novo, começa-se por identificar o que já se tem. Esta mudança de abordagem revela progresso e expressa a auto-estima do moçambicano.

Eleições Intercalares
11. No passado dia 7 de Dezembro, tiveram lugar as Eleições Autárquicas Intercalares, nos municípios de Cuamba, Pemba e Quelimane, no quadro do reforço da democracia e do aperfeiçoamento dos mecanismos de prestação de contas aos munícipes e à população em geral. Coube a cada um de nós, às forças políticas e à sociedade civil assegurar, com serenidade e responsabilidade, que o processo eleitoral multipartidário decorresse de forma livre, justa e transparente, num ambiente ordeiro e pacífico. Por estas razões distintivas do nosso Povo, saudamos, em particular, os munícipes das três autarquias que se fizeram às urnas e exerceram o seu direito de cidadania e endereçamos a nossas felicitações aos eleitos nestes pleitos.

Planificação e gestão macro-económica
12. Aprovamos o Plano de Acção para a Redução da Pobreza (2011-2014), o Plano Estratégico do Desenvolvimento do Sector Agrário e iniciamos a implementação do Plano Estratégico de Combate à Pobreza Urbana. Estes instrumentos sintetizam os nossos propósitos na luta contra a pobreza, pois, os mesmos privilegiam como objectivo imediato, o aumento da produção e da produtividade e a aceleração, por essa via, do crescimento económico e, ao mesmo tempo, a geração de mais emprego e renda.
13. Para o alcance destes nossos objectivos, a consolidação da Unidade Nacional, da paz e da estabilidade macroeconómica revelam-se fundamentais. Por isso, mesmo com a contracção da economia mundial, em 2011, Moçambique continuou a granjear a confiança dos investidores nacionais e estrangeiros, os quais continuam a procurar, na nossa terra, oportunidades de investimento em diversas áreas.
14. Com estes investimentos, consolidamos a posição privilegiada de Moçambique no mapa mundial de investimentos e fortalecemos, mais ainda, a nossa balança comercial, para além da geração de receitas para o Estado.
15. Continuamos a orientar a política fiscal e orçamental para a realização dos objectivos estabelecidos no Programa Quinquenal do Governo, através do alargamento da base tributária, da descentralização orçamental, da implementação da metodologia de planificação e orçamentação por programas, da realização das despesas com maior eficiência e qualidade, bem como na melhoria do ambiente de negócios e da competitividade da economia nacional.
16. A mobilização de recursos financeiros atingiu, até Novembro deste ano, mais de 74.000 milhões de meticais, o equivalente a uma realização de 93,5% do orçamento anual, representando um crescimento nominal de 29,6%, em relação a igual período do ano anterior. Este nível de realização corresponde a uma capacidade interna de 62,8%, do valor total dos recursos mobilizados, tendo superado os mobilizados no período homólogo de 2010 em sete pontos percentuais. A participação dos recursos externos foi de 37,2%.
17. Com a realização da acção governativa, até Novembro as Despesas de Funcionamento atingiram uma execução correspondente a 86%, as de Investimento 62% e as Operações Financeiras 77%, tendo as de Funcionamento e de Investimento superado os níveis verificados no período homólogo do ano anterior em 17% e 32%, respectivamente.
18. Como forma de acelerar os ganhos na redução da pobreza urbana, este ano, expandimos a alocação dos “7 milhões” para os 11 municípios, capitais provinciais. Com esta iniciativa, não só descentralizamos a execução do Plano Estratégico para o Combate à Pobreza Urbana mas, e acima de tudo, confiamos aos municípios e seus munícipes, a liderança e condução de todo o processo de decisão e alocação dos recursos deste fundo, na certeza de que estes recursos são aplicados no financiamento de actividades produtivas promissoras e economicamente rentáveis, e que beneficiem aos munícipes que têm capacidade, vontade e espírito empreendedor, tornando o seu potencial criativo em actividade produtiva real e benéfico para todos.

Aquisição de conhecimentos e habilidades para a vida
19. Para que a educação assuma um papel de crescente relevância e impacto, em resposta aos desafios do crescimento da economia e do aumento da produtividade, encaramo-la sob dois prismas. Por um lado, continuamos a priorizar a sua expansão por todo o nosso belo Moçambique, para que cada vez mais crianças, jovens e adultos:
• tenham acesso ao conhecimento;
• desenvolvam capacidades; e
• se forjem em valores nobres.
Por outro, damos atenção particular à melhoria da qualidade de ensino.
20. No concernente à expansão do acesso ao ensino, destacamos o aumento do número de alunos, que este ano atingiu cerca de 6 milhões no ensino primário, técnico profissional e secundário geral. No ensino superior, atingimos a cifra de 101 mil estudantes, em 2010, contra os 80 mil, de 2009.
21. Para aqueles que têm 15 anos ou mais e que não tiveram acesso à escolaridade primária, criamos oportunidades para frequentarem cursos de alfabetização. Este ano a alfabetização e educação de adultos contam com cerca de 500.000 alfabetizandos, dos quais 66,5% são mulheres.
22. Durante o presente ano lectivo frequentaram o Ensino Técnico-Profissional 46.600 alunos nos níveis básico e médio, sendo deste universo, 32% mulheres. Em 2010, o universo foi de 44.500, com as mulheres a perfazerem 30%. Estes alunos frequentam cursos nas áreas de Hotelaria e Turismo, Manutenção Industrial, Agricultura e Agro-processamento, Minas, Administração e Gestão, entre outros, tendo em vista dar resposta às exigências do mercado. O ensino técnico-profissional é ministrado em 111 instituições de ensino, com efeito multiplicador através de acções de extensão, junto das comunidades.
23. No mesmo contexto, temos levado a cabo acções de capacitação e formação de funcionários, tendo, com satisfação, registado que o número de graduados de nível médio e superior aumentou, de forma significativa. Hoje, mais de 7.500 funcionários foram graduados pelas escolas do Governo, perfazendo um aumento de 1.200, em relação a 2010. Estão, assim, munidos de ferramentas técnicas e práticas para impulsionarem a produtividade e a melhoria da prestação da nossa Administração Pública.
24. Para a formação de jovens fora da escola ou adultos que não tiveram a possibilidade de aceder a uma formação vocacional, foram introduzidos cursos intensivos de curta duração. Outrossim, muitos jovens que concluíram diferentes níveis do ensino primário ou secundário abraçaram cursos de formação profissional nos Centros de Formação Profissional. É importante referir que se destacam ainda, 132 projectos de formação profissionalizante em curso nos distritos e nas zonas rurais do nosso Moçambique, acessíveis aos jovens.
25. Foram realizadas intervenções assinaláveis no domínio do emprego e formação profissional, tendo em vista aumentar a produtividade da nossa mão-de-obra, sendo de destacar a criação de três novos centros de formação profissional localizados em Nampula, Tete e Maputo.
26. A expansão do ensino superior resulta na implantação de mais centros do saber nas províncias, nos distritos e nos postos administrativos, gerando, consolidando e colocando as competências locais ao serviço das próprias comunidades e dos próprios graduados induzindo, por conseguinte, o aumento da sua produtividade. Passamos de 38 instituições de ensino superior, públicas e privadas, em 2010, para quarenta e uma instituições.
27. Várias são as acções que temos estado a empreender no contexto da melhoria da qualidade do ensino em Moçambique. Cientes de que a qualidade do professor constitui um pilar preponderante para a melhoria da qualidade de ensino, iniciamos o processo de desenho do currículo para a formação de professores com Décima classe mais três anos de formação, nos Institutos de Formação de Professores Primários, em substituição do actual Sistema de Décima classe mais um ano de formação.
28. Ainda no que diz respeito à qualidade de ensino,
damos prioridade à construção, reabilitação, expansão e apetrechamento de infra-estruturas escolares em toda a nossa Pátria Amada.
29. Atenção especial é, também, dada à qualidade e competitividade dos graduados no mercado de trabalho os quais devem reunir capacidades que lhes permitam, sobretudo, desenvolver o espírito de auto-emprego e uma cultura de trabalho baseados em elevados níveis de produtividade.

Moçambicanidade, juventude e acesso à informação
30. As acções de formação da consciência patriótica, de reforço da Unidade Nacional e de exaltação da moçambicanidade induzem o aumento da auto-estima do cidadão. Quem tem amor-próprio, está melhor preparado para se auto-superar e, por conseguinte, para aumentar a sua produtividade. Foram, neste contexto, realizadas exposições de obras literárias e artísticas, promovidos intercâmbios entre criadores de artes e cultura e organizados festivais e outros eventos culturais, nos quais a moçambicanidade foi a tónica dominante. Destaque vai para a digressão, por todas as capitais provinciais, da Timbila e do Nyau, as nossas duas expressões culturais proclamadas pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura - UNESCO, como obras-primas do património oral e imaterial da Humanidade.
31. A reabilitação e apetrechamento das Casas de Cultura nos distritos das províncias de Nampula, Zambézia e Sofala contribuem para a multiplicação de sessões de representação, divulgação e entretenimento artístico-cultural nas comunidades, bem como para a revelação e lapidação de novos talentos e cristalização da auto-estima.
32. A entrada em funcionamento do Centro Emissor da Rádio Moçambique, em Katembe-Nsime, na Cidade de Maputo, dos novos emissores da Televisão de Moçambique, do apetrechamento dos centros de rádio e televisão comunitária, bem como a entrada em funcionamento de outros órgãos da comunicação social criaram condições necessárias para uma maior cobertura territorial e para o acesso à informação por mais cidadãos.
33. Aos profissionais da comunicação social, endereçamos a nossa mensagem de apreço pela dedicação e trabalho abnegado realizado em prol da consolidação da Unidade Nacional, da auto-estima, da Paz e, em particular, pelas intervenções em apoio a uma maior produtividade da nossa economia.
34. No domínio da juventude, o outro nome do nosso futuro, a nossa atenção centra-se, entre outros, no apoio a uma maior produtividade dos jovens nos seus empreendimentos e iniciativas. Assim, para além da formação em instituições de ensino, através dos “7 milhões” e do Fundo de Apoio a Iniciativas Juvenis, promovemos e apoiamos a criação de oportunidades para a aplicação das suas habilidades técnicas e profissionais. Deste modo, mais jovens têm a oportunidade de aplicar os seus conhecimentos em projectos de produção agrária, corte e costura, construção, mecânica, serralharia, só para dar alguns exemplos.
35. Estes programas são complementados pelo PRO EMPRESA JOVEM, uma iniciativa que envolve as empresas públicas e que também tem o propósito de apoiar os jovens no desenvolvimento de iniciativas empresariais e empreendedoras de geração de emprego, auto-emprego e renda.
36. No contexto do espírito de voluntariados que cultivamos, o Programa “Férias Desenvolvendo o Distrito”, sob a égide da Associação de Estudantes Finalistas Universitários de Moçambique, em parceria com o Governo, conheceu a sua sexta edição. Este programa demonstra como os jovens estão sempre disponíveis e determinados a fazer a sua parte na luta contra a pobreza e, neste caso particular, a partilhar os seus conhecimentos para o aumento da produtividade local. Ainda no âmbito do voluntariado, queremos recordar aos Senhores Deputados que cerca de 5.000 voluntários deram o seu valioso contributo na Décima Edição dos Jogos Africanos, Maputo 2011. Temos igualmente mais de onze mil activistas envolvidos em programas de prevenção e combate ao HIV/SIDA espalhados por todo o nosso belo Moçambique.

Acção social e género

37. A realização do Terceiro Parlamento Infantil trouxe para esta Magna Casa, crianças provenientes de todas as províncias da nossa Pátria Amada. Aqui, os nossos parlamentares de palmo e meio interagiram com dirigentes do Estado e de organizações da sociedade civil e demonstraram como se assumem continuadores dos ideais de Unidade Nacional, de democracia, de paz e de prosperidade para toda a Nação Moçambicana.
38. Incidimos a Acção Social sobre crianças, mulheres, pessoas idosas, pessoas com deficiência e outros grupos sociais mais vulneráveis, para a elevação do seu desempenho no processo de desenvolvimento social e económico desta Pátria de Heróis. Temos, neste contexto, encorajado e apoiado acções de solidariedade de moçambicano para moçambicano porque esta postura faz parte da nossa maneira de ser e de estar como um Povo, como uma Nação.
39. No âmbito da assistência e protecção da criança contra todas as formas de violência e maus tratos, de crianças órfãs e vulneráveis, de crianças portadoras de deficiência e abandonadas desencadeamos acções que permitiram a prestação de assistência a mais de 283.000 crianças nesta situação difícil, em infantários, centros de acolhimento e reintegradas nas suas próprias famílias. Em 2010 esta cifra situava-se em 273.000 crianças.
40. Reconhecidamente, a Mulher desempenha um papel preponderante na luta contra a pobreza e, em particular, no aumento da produtividade em todos os sectores de actividade. Neste contexto, prosseguimos com acções que garantem maior acesso da rapariga e da mulher às oportunidades de educação, formação profissional, cuidados de saúde materno-infantil e emprego.

Acesso ao Serviço Nacional de Saúde
41. Em 2011 assistimos 232.000 compatriotas idosos contra 181.680, em 2010, no âmbito do programa de subsídio de alimentos.
42. Ao longo do presente ano continuamos a registar progressos na expansão do Serviço Nacional de Saúde que resultou na melhoria das taxas de cobertura vacinal e de partos institucionais, bem como na redução do número de casos de mortes por malária e tuberculose e na melhoria da prevenção da transmissão vertical do HIV e SIDA. Isto demonstra que o Serviço Nacional de Saúde deu uma valiosa contribuição para que mais compatriotas nossos, mais saudáveis e livres de doenças, se empenhassem na actividade produtiva e no aumento da produtividade nos seus sectores de actividade.
43. Apraz-nos constatar, os progressos na redução do impacto das grandes endemias tais como a cólera, a diarreia, as parasitoses e a malária, cujos casos reduziram em cerca de 8,1%.
44. Em reconhecimento do facto de que a tuberculose ainda constitui um grave problema de saúde pública e, por isso, um grave obstáculo à nossa luta contra a pobreza, adoptamos medidas que concorrem para a eficácia no seu tratamento. Neste contexto, reduzimos o tempo de espera do seu diagnóstico, de dois meses para duas semanas, e introduzimos melhorias na sua vigilância epidemiológica, com a inauguração do Primeiro Laboratório de referência no Hospital Central de Maputo.
45. Temos estado a registar progressos na luta contra o HIV e SIDA. Com efeito, de 500 novas infecções, em 2005, a incidência actual estima-se em 350 novas infecções. Por outro lado, esta pandemia dá sinais de estar a entrar numa fase de estabilização. Todavia, os níveis que alcançámos até agora não nos dão conforto. Por isso, ao longo do ano continuamos a priorizar a garantia de uma rápida expansão do tratamento anti-retroviral administrado por pessoal treinado. Assim, passamos de mais de 190.000 doentes, em 2010, para 232.000, em 2011, representando um crescimento de 21%, de doentes em tratamento.
46. No âmbito da melhoria dos cuidados de saúde materno-infantil, passamos de 909 Unidades Sanitárias, que em 2010 ofereciam os serviços de prevenção da transmissão vertical, para 1.040 Unidades em 2011.
47. A melhoria da rede sanitária através da expansão, reabilitação, ampliação e apetrechamento das unidades sanitárias da rede primária, secundária, terciária e quaternária fortalece-se pela aproximação dos serviços de saúde à população, através:
• Da entrada em funcionamento dos Hospitais Distritais de Nacala e de Namapa e da construção dos Centros de Saúde de Namiete, em Mogovolas, na Província de Nampula;
• Da construção dos Centros de Beia-Peia e Bándua e na Cidade da Beira, na Província de Sofala e em Mavalana, na Cidade de Maputo;
• Da construção de um bloco de internamento e de uma residência nos Centros de Saúde de Derre, no Distrito de Morrumbala e de Molumbo, no Distrito de Milange, na Província da Zambézia;
• Da construção do bloco de internamento de 3 enfermarias e 1 maternidade no Hospital Distrital de Marrupa, na Província do Niassa;
• Da aquisição e afectação de 90 ambulâncias, por todas as Províncias do nosso Moçambique, meios que melhoram as condições de transporte dos doentes, e com assistência, entre as unidades sanitárias.
48. A formação e capacitação dos nossos profissionais de saúde continua no centro das nossas atenções. Para além da formação inicial foi possível assegurar que 85 médicos concluíssem a pós-graduação, em diversas especialidades médicas nas nossas unidades hospitalares de referência.
49. É digno de registo, que, hoje, em Moçambique, temos profissionais de saúde que realizam intervenções cirúrgicas de alta especialidade e operam aparelhos de alta precisão, o que permitiu a realização de cirurgia de cataratas, da cirurgia de fístulas bem como da cirurgia de coração aberto.
50. Foram criados comités, em todas as províncias, para implementar a estratégia que tem em vista promover uma maior humanização das unidades sanitárias, bem como para a facilitação da participação popular na gestão dos programas de saúde e nas feiras de saúde.
51. Preenchemos já todos os distritos com, pelo menos, um médico. Iniciamos, uma nova fase, ao colocar médicos em 19 postos administrativos. Vamos continuar a avançar nesse nível da administração territorial da nossa Pátria Amada.

Produtividade agrária
52. No contexto da Revolução Verde, aprovamos e está em implementação o Plano Estratégico do Desenvolvimento do Sector Agrário que está a introduzir melhorias na segurança alimentar e nutricional. Este programa assenta em 4 pilares nomeadamente:
• Produtividade;
• Acesso aos mercados;
• Gestão dos recursos naturais; e
• Fortalecimento das Instituições.
53. Visando o aumento da produtividade agrícola, foram libertadas variedades de sementes melhoradas de culturas diversas e introduzidos pacotes tecnológicos melhorados de produção e processamento de arroz, que passou de uma tonelada, por hectar, para mais de três, no Posto Administrativo de Nante, no Distrito da Maganja da Costa, na Zambézia e no Distrito de Chókwè, em Gaza.
54. Introduzimos ainda, pacotes tecnológicos melhorados para a cultura de batata-reno nas províncias de Sofala e Inhambane, o que permitiu que produtores de subsistência transitassem para o nível de pequenos produtores comerciais.
55. O agro-processamento tem estado a acrescentar valor aos produtos o que, consequentemente, melhora a sua conservação e comercialização, bem como a segurança alimentar e nutricional do nosso Povo. Assim, temos vindo a introduzir o uso do celeiro melhorado, “modelo Gorongosa”, nas províncias de Cabo Delgado, Niassa, Nampula, Sofala e Zambézia, que garante a melhoria da renda familiar e maior procura de serviços de extensão. Estão em fase de construção 315 celeiros, deste modelo, nas províncias de Tete, Manica, Inhambane e Gaza.
56. Procedemos ao reflorestamento, para fins industriais, com diversas espécies florestais exóticas e nativas, destacando-se as províncias de Niassa e Zambézia, acrescendo às iniciativas “Um aluno, uma planta por ano” e “Um líder, uma floresta comunitária”. Actualizamos o Regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia. No mesmo contexto, foram autorizadas novas empresas florestais que não só vão contribuir para o reflorestamento, como também para a geração de postos de trabalho e renda para o nosso maravilhoso Povo.
57. Desenvolvemos intervenções sustentáveis na mitigação do conflito Homem - fauna bravia, através de técnicas apropriadas e colocação de sinais de alerta nos Distritos de maior ocorrência, a nível nacional, além do abate dos principais causadores de vítimas humanas.
58. Com base em projectos integrados, prosseguimos com acções de promoção e desenvolvimento da pesca artesanal. Com o mesmo objectivo de melhorar a dieta alimentar e o aumento da renda familiar, estamos a impulsionar o crescimento da piscicultura de pequena escala e familiar estando a passar duma produtividade média de 25 quilogramas por ciclo de 8 meses para 600 quilogramas em igual período, do ano anterior como resultado do aperfeiçoamento dos factores da cadeia de produção, designadamente os alevinos, a ração e o financiamento.
59. Para assegurar melhores condições de manuseamento e acondicionamento do pescado, foram concluídos mercados de primeira venda em Nacala, em Angoche e na Cidade da Beira. O impacto imediato desta acção foi a redução das perdas pós-captura dos produtos de pesca desembarcados, o que aumenta a produtividade dos pescadores que, assim, colocam o seu produto no mercado de forma mais competitiva.
60. Reabilitamos o Porto de Pesca da Beira, no Cais Manarte, e construímos, de raiz, um entreposto frigorífico industrial, com capacidade para:
• Conservar 300 toneladas de produtos da pesca;
• Processar 36 toneladas de pescado diverso, em dois turnos; e
• Produzir 940 quilogramas, por hora, de gelo em flocos.
61. No domínio do associativismo e da gestão participativa, são de destacar a promoção, constituição e consolidação das organizações de base comunitária, assegurando-lhes a assistência técnica necessária, através de programas de transferência das tecnologias de produção, produtividade, processamento e conservação do pescado.
62. A investigação e transferência de tecnologias para as comunidades permitiram realizar o ensaio da capacidade de adaptação de variedades de culturas a diferentes condições locais, possibilitando assim, a melhoria dos níveis de produtividade agrícola, um factor-chave no processo de luta contra a fome e a pobreza.
63. Para garantir a valorização e aproveitamento das plantas produzidas pelas comunidades, editamos e divulgamos a “Tabela de Composição Química e Valor Nutricional de Alimentos produzidos e recolectados pelas populações”. Trata-se de um manual que oferece, com base em estudos científicos, alternativas aconselháveis para uma alimentação saudável e para a industrialização do seu processamento e comercialização.
64. Para impulsionar a melhoria da produtividade, lançámos o “Movimento Nacional de Promoção da Inovação Sustentável” que vem resgatar a criatividade e o espírito empreendedor do moçambicano. Ainda no mesmo quadro, formamos técnicos especializados, através, por exemplo, do “Programa Cientista do Amanhã”, em Projectos de Investigação, Inovação e Transferência de Tecnologias. Trata-se de iniciativas implementadas e orientadas para a busca de soluções práticas para problemas prioritários de produtividade, em áreas como agricultura, energia e ambiente.
65. Asseguramos a ligação dos primeiros 32 Distritos à Rede Electrónica do Governo que, também, passam a sentir o efeito positivo resultante da redução do tempo útil de comunicação entre os funcionários e agentes do Estado afectos nos distritos, nas Províncias e nos Órgãos Centrais. Sentem igualmente, o impacto dessa nova realidade na melhoria da prestação de serviços ao cidadão. Neste contexto, colocamos as Tecnologias de Informação e Comunicação ao serviço da produtividade, entanto que catalisadores da Reforma do Sector Público.
66. Foram lançadas as Cátedras de Investigação para o Desenvolvimento, que são veículos através dos quais cientistas, investigadores, académicos, inovadores, empresários e comunidades identificam problemas de variada natureza e, através da investigação e inovação, produzem novo conhecimento para a sua resolução.

Indústria extractiva
67. No domínio do trabalho migratório, cerca de 54.000 moçambicanos trabalham na República da África do Sul, 88% dos quais na indústria mineira, uma indústria que se ressente da crise financeira internacional. Por isso, uma das nossas acções tem em vista assegurar a reinserção social dos ex-trabalhadores mineiros nas suas zonas de origem, através da distribuição de meios e insumos agrícolas para a realização de projectos de auto-emprego e de geração de rendimento, actividades que neste momento beneficiam cerca de 6.800 compatriotas nossos.
68. Ainda no domínio do trabalho migratório, introduzimos o sistema de pagamentos aos mineiros, via sistema bancário. Trata-se de uma medida que, para além de reduzir os riscos e a vulnerabilidade inerentes ao transporte de valores, tem o condão de promover a elevação da cultura de poupança e de facilitar a assistência financeira aos dependentes desses nossos compatriotas nas suas zonas de origem.
69. Tendo em atenção a sua contribuição para o aumento da produtividade e da competitividade da nossa economia, temos, por um lado, privilegiado a adopção de medidas com vista à estabilidade empresarial e paz social, ao nível dos diferentes sectores da economia. Por outro lado, temos primado pela protecção do trabalhador contra práticas lesivas à sua dignidade. Por isso, reconhecemos e encorajamos a realização do Diálogo Social e Cultura de Trabalho, de forma permanente.
70. As actividades mineiras e de hidrocarbonetos afiguram-se como verdadeiras alavancas para o desenvolvimento da nossa Pátria Amada ao introduzir novas tecnologias que impulsionam a produtividade no próprio sector e em outros sectores de actividade. A implantação destes projectos está a contribuir para a atracção e incremento de actividades económicas e serviços, bem como para a criação de novas oportunidades de geração de emprego e de renda. Por exemplo, a intensificação da actividade de prospecção e exploração geológico-mineira tem estimulado o aumento de projectos de investimento no sector de turismo em Pemba, Nacala, Tete e Beira. Uma outra contribuição destes e de outros grandes projectos revela-se pelo cumprimento das suas responsabilidades sociais através da construção de escolas, fontes de água e centros de saúde, por exemplo.
71. Testemunhamos a expansão do Projecto das Areias Pesadas de Moma e a preparação para início, em 2012, do Projecto das Areias Pesadas de Angoche.
72. Continuamos preocupados com a atracção de investidores para a exploração e aproveitamento das Areias Pesadas de Chibuto. Neste sentido, lançamos um concurso restrito, com vista a apurar o novo investidor para este projecto. Estamos igualmente a acompanhar a realização dos estudos para a viabilização das Areias Pesadas de Jangamo e de Chonguene, nas províncias de Inhambane e Gaza, respectivamente.
73. Ainda no âmbito da actividade de pesquisa geológica, foi identificado um jazigo de fosfatos, no Distrito de Monapo, na Província de Nampula, estando em curso estudos com vista à implantação do empreendimento para a produção, em grande escala, de fertilizantes para o mercado nacional e para a exportação.
74. No mesmo quadro, prossegue o mapeamento geológico de minerais industriais e para materiais de construção com destaque para o calcário, matéria-prima essencial para o fabrico de cimento.
75. As recentes descobertas de gás natural na Bacia do Rovuma serão desenvolvidas através da implementação de projectos de grande dimensão, tanto para exportação como para a sua utilização no desenvolvimento de novas indústrias nacionais, e contribuirão, a médio prazo, para um aumento substancial das receitas do Estado.
76. A nossa visão é de que os nossos recursos naturais e os investimentos em florestas devem, prioritariamente, contribuir para a industrialização do nosso Moçambique, promovendo e suportando o surgimento de outros pólos de desenvolvimento em diferentes regiões do nosso solo pátrio. Exortamos a nossa classe empresarial a tirar mais vantagens na cadeia de valor destes recursos.
77. Queremos reafirmar que estes recursos não devem distrair a nossa atenção da Unidade Nacional, essa força magnética que nos estrutura como um Povo, como uma Nação, essa força, mãe das muitas vitórias que temos registado ao longo do nosso processo histórico. De igual modo, a euforia induzida pela descoberta destes recursos e pelas referências elogiosas na imprensa e nas bolsas de valores, do mundo inteiro, não devem retirar o nosso enfoque sobre a produtividade agrária e sobre a economia do conhecimento que é fundamental para o aproveitamento integral mesmo desses recursos e das outras áreas de intervenção humana.

Moçambique como destino fascinante de investimentos
78. Expandimos as áreas de conservação, com vista a assegurar maior protecção das comunidades e garantir a utilização sustentável dos recursos naturais e a sua maior produtividade no combate contra a pobreza.
79. Os indicadores de desempenho do sector do Turismo, quando comparados com os do período homólogo de 2010, mostram que os projectos de investimentos registaram um crescimento na ordem dos 19 %, correspondendo a 242 milhões de dólares, tendo contribuído para a criação de cerca de 4 mil postos de trabalho e mais de 3 mil novos quartos, o que representou um crescimento de 20% e 5%, respectivamente.
80. Aumentamos a oferta de alojamento turístico e melhoramos, de forma substancial, a qualidade da oferta dos produtos e serviços turísticos nacionais, o que faz com que esta Pérola do Índico continue a ser um destino fascinante para investimentos, produção, negócios e laser.
81. Registamos o aumento da capacidade de produção e de oferta de cimento, decorrente da entrada em funcionamento de um novo moinho na nossa Pátria Amada. O impacto imediato deste desenvolvimento foi a redução do preço deste produto e o aumento da produtividade na indústria de construção e em outros sectores económicos e sociais.
82. Na implementação da cadeia de valor de produção, as indústrias alimentares e de bebidas, contribuíram com um peso de 30.0%, em 2011, contra 27,4%, em 2010, na estrutura da produção industrial nacional, incluindo a produção de alumínio.
83. A revitalização do Instituto de Cereais de Moçambique assegura maior transparência na formulação de preços, em benefício do sector familiar, aumenta a capacidade de armazenamento e a constituição de reservas alimentares, factor determinante para a estabilidade dos preços dos cereais.
84. Asseguramos, com a fixação obrigatória de preços nos produtos e serviços, em moeda nacional, a protecção dos direitos do consumidor, a melhoria do ambiente de negócios, bem como uma maior valorização do Metical e crescente transparência na competitividade.

Infra-estruturas
85. Melhoramos as condições de circulação de pessoas e bens, induzindo, por conseguinte, maior produtividade nos sectores sociais e económicos da nossa Pátria Amada. Com efeito, concluímos as obras de reabilitação das estradas:
• Nampevo - Alto-Molócuè, na Província da Zambézia;
• Vandúzi - Changara, nas províncias de Manica e Tete;
• Massinga – Nhanchengue, na Província de Inhambane; e
• Xai-Xai - Chissibuca, nas províncias de Gaza e Inhambane.
86. Estão garantidas as condições técnicas e mobilizados recursos para as obras de asfaltagem das estradas:
• Mocuba - Milange e Mocuba - Nampevo, na Província da Zambézia;
• Macomia – Oasse; Mueda - Oasse - Mocímboa da Praia – Palma – Namoto; Montepuez - Ruaça e Ruaça - Marrupa, incluindo a construção de 13 pontes, nas províncias de Cabo-Delgado e do Niassa;
• Chimoio - Espungabera e Caniçado - Chicualacuala, nas províncias de Manica e Gaza, respectivamente;
• Iniciamos as obras de reabilitação das estradas Rio Ligonha - Nampula e Namialo - Rio Lúrio, na província de Nampula; e
• Neste trimestre, iniciamos as obras de asfaltagem das estradas Mocuba - Milange - Nampevo e Gurúè - Magige e Magige - Cuamba, nas províncias da Zambézia e Niassa, respectivamente.
87. Ainda no mesmo contexto, reabilitamos:
• A ponte da Ilha de Moçambique, na Província de Nampula;
• Construímos as pontes sobre os rios Licungo II e III e Cuacua I, na Província da Zambézia e Chueza, na Província de Tete; e
• Iniciamos as obras de construção da quarta ponte sobre o rio Zambeze, na Cidade de Tete.
88. A décima edição dos Jogos Africanos e a Sétima Edição dos Jogos da CPLP deixaram-nos com um legado, em termos de infra-estruturas desportivas, construídas, reabilitadas e apetrechadas, o que, de forma significativa, vai melhorar as condições de preparação dos nossos atletas, potenciando a elevação dos seus rendimentos.
89. Continuamos empenhados na realização de investimentos para expandir as infra-estruturas de abastecimento de água, aumentando o número da população servida com água potável. A título ilustrativo:
• Iniciamos as obras de emergência em Nacala-Porto;
• Melhoramos o abastecimento de água em Lichinga;
• Colocamos em funcionamento parcial o sistema de abastecimento de água de Chicamba, na Província de Manica;
• Ampliamos a estação de tratamento de água do Umbelúzi; e
• Construímos e inauguramos um novo sistema de abastecimento de água para os municípios das cidades de Maputo e Matola e para a Vila sede de Boane.
90. As nossas acções na área de energia eléctrica têm estado a contribuir para a maximização da produtividade, com energia fiável e de qualidade, nos sectores agrário, de processamento, do comércio, da mineração, do turismo, só para dar alguns exemplos.
91. Lançamos este mês, o projecto da “Espinha Dorsal”, com vista a promover a industrialização do nosso Moçambique, através da atracção de empreendimentos de uso intensivo da energia eléctrica.
92. A partir deste ano Palma, Mueda, Nangade, Muidumbe, Mocímboa da Praia, Meluco, Quissanga, Mongicual, Lugela e Funhalouro passam a estar ligados à Rede Eléctrica Nacional, o que perfaz um total de 106 sedes distritais, elevando a taxa de acesso à energia eléctrica para 30%, contra 7% de 2004. Hoje, os nossos compatriotas, nestes distritos, exclamam, com maior satisfação ainda, “Cahora Bassa é nossa!”.
93. Com o início dos trabalhos de lançamento do cabo submarino, a Ilha do Ibo, também vai estar brevemente ligada à energia de Cahora Bassa!
94. No âmbito da expansão da rede de distribuição de combustíveis, temos assegurado o abastecimento de produtos petrolíferos ao longo de todo o nosso Moçambique, pese embora o ambiente desfavorável prevalecente no mercado internacional, caracterizado pela constante instabilidade de preços. Ainda neste contexto, prosseguimos com a construção de postos de abastecimento de combustíveis em Mecula, Nipepe, Maúa, Mavago, Mecubúri, Nacarôa, Mossuril, Murrupula, Tambara, Mussorize, Ile, Marínguè, Chemba, Chicualacuala, Mabalane e Chilembene.
95. Os sistemas de transportes e comunicações afiguram-se como factores essenciais na indução da produtividade e da competitividade da nossa economia. Neste sentido, a melhoria das infra-estruturas portuárias da Beira e do Maputo permitiu a elevação da sua produtividade, ao registar um aumento de mais de 30%, de carga manuseada, em relação ao ano passado.
96. Ainda no mesmo quadro, estão em curso obras de construção e expansão dos terminais de carvão, de ferro, de contentores e, no caso do Porto de Maputo, também o terminal de automóveis. Decorre igualmente, em paralelo, a dragagem do canal que irá permitir a entrada de navios com capacidade de carga superior a 60 mil toneladas, o que torna os nossos portos cada vez mais competitivos na região.
97. Estas acções estão a ser combinadas com a revitalização da cabotagem marítima, com a aquisição de navios mistos de passageiros e carga que vão contribuir, de forma significativa, para o aumento da mobilidade de pessoas e do escoamento dos diversos produtos dos centros de produção e distribuição para os diferentes mercados nacionais, regionais e mundiais.
98. A entrada em funcionamento da Linha de Sena trouxe um novo dinamismo na actividade social e económica ao longo do seu trajecto principal Beira - Moatize e do Ramal Inhamitanga - Marromeu. Já nas linhas do Limpopo, de Ressano Garcia e de Goba, após a sua reabilitação, foi possível aumentar a velocidade média dos comboios e o aumento da sua frequência.
99. Reforçamos a frota dos transportes públicos urbanos e das travessias marítimas, que permitiu o aumento da capacidade total de prestação de serviço público de transporte, por consequência, a circulação de pessoas nos meios urbanos, bem como no transporte inter-provincial, numa acção que envolve o sector público e privado.
100. No transporte aéreo, realce vai para a construção, de raiz, da aerogare do aeródromo de Vilankulo, a conclusão da primeira e o início da segunda fase das obras do Aeroporto Internacional de Maputo, bem como do arranque das obras de construção do Aeroporto de Nacala-Porto. Foram reabilitadas as pistas dos aeroportos da Beira e de Quelimane e introduzidas novas tecnologias e sistemas de aproximação das aeronaves nos aeroportos de Tete, Quelimane, Beira e Nampula, que contribuem para a melhoria dos serviços e segurança prestados, bem como para o aumento do tráfego aéreo doméstico, regional e internacional.
101. A partir deste ano, todas as sedes distritais estão ligadas à rede de telefonia fixa e móvel, o que resulta num crescimento exponencial do nível de comunicabilidade do cidadão, mesmo de e para alguns Postos Administrativos, aumentando, deste modo, a taxa de teledensidade de acesso ao serviço universal de comunicações, traduzida no aumento da cobertura de cerca de 86.000 para 88.000, na rede fixa, e de seis milhões e quinhentos mil para oito milhões, na rede móvel.

Reforma do sector público e capacitação institucional
102. A nossa governação elege a Reforma do Sector Público como uma componente central na transformação e consolidação da Administração Pública, que pretendemos centrada no cidadão e que prime pelo bem servir e, por conseguinte, pelo aumento da produtividade no seu sector de actividade. É no contexto da reforma do sector público que prosseguimos com acções de combate aos obstáculos ao nosso desenvolvimento, com particular destaque para o burocratismo, o espírito de deixa-andar e a corrupção, incrementando, deste modo, a produtividade e incutindo maior cultura de responsabilização dos funcionários e agentes do Estado pelos seus actos administrativos.
103. O ano de 2011 constitui um marco importante na implementação das Reformas do Sector Público, porquanto, marca o último ano da implementação da Estratégia Global da Reforma do Sector Público, onde registamos impactos significativos, dos quais destacamos:
• A consolidação dos órgãos centrais, enquanto órgãos reguladores e fiscalizadores;
• A melhoria no processo de formulação de políticas públicas;
• O fortalecimento dos órgãos locais e dos processos de governação, aberta e inclusiva;
• A melhoria significativa da qualidade dos serviços prestados, com integridade e transparência, na gestão da coisa pública;
• O fortalecimento dos direitos e deveres dos funcionários bem como da sua auto-estima; e
• A melhoria do ambiente de negócios para a atracção de mais investimento, público e privado, nacional e estrangeiro.
104. Os resultados alcançados, em particular, no que respeita à produtividade dos funcionários e agentes do Estado, no tempo que gastam para atender às questões colocadas pelos cidadãos, encorajam-nos a prosseguir com este processo, com particular realce, para o fortalecimento das instituições públicas e sua maior profissionalização, aspectos que também concorrem para o aumento da produtividade que se traduz no maior atendimento de casos de cidadãos e maior transparência dos actos administrativos. Na verdade, passamos de mais de 58.000 casos atendidos em 2010, para 78.000, este ano.
105. A descentralização concorre para o aumento da produtividade dos cidadãos e das instituições, particularmente porque, percorrendo poucas distâncias para a resolução dos seus problemas, têm mais tempo disponível para se dedicarem a outras actividades produtivas e, deste modo, usarem de forma mais eficiente o seu tempo. Neste quadro, prosseguimos com o reforço da estrutura administrativa de Posto Administrativo e de Localidade, com a capacitação e instalação dos representantes sectoriais com a nomeação dos seus titulares. A par destas acções, procedemos à implementação da estrutura administrativa integrada dos governos distritais. Ainda no prosseguimento da capacitação institucional dos governos distritais, procedemos à construção, reabilitação e apetrechamento das infra-estruturas públicas para os Órgãos Locais do Estado.
106. De igual modo, asseguramos a formação dos membros dos Conselhos Consultivos Locais e apoiamos no aperfeiçoamento dos seus métodos e procedimentos de trabalho para que a sua recolha de sensibilidades e articulação de propostas da população cresça em qualidade e as suas intervenções sejam cada vez mais substantivas e o impacto dos recursos resulte numa maior produtividade nas comunidades. Os Conselhos Consultivos Locais têm um papel preponderante a desempenhar na formulação e implementação dos planos e programas de desenvolvimento dos Distritos e na operacionalização da Estratégia Nacional de Desenvolvimento Rural.
107. Prosseguimos com a alocação dos “7 milhões” no meio rural, recursos que enriquecem a boa governação, particularmente o combate à corrupção e a promoção do desempenho dos governos locais. Do ponto de vista social e económico, contribuem para o aumento da auto-estima e da melhoria da qualidade de vida do cidadão, bem como para uma maior produtividade da mão-de-obra local e interligação destas comunidades com os mercados nacionais. Numa palavra: com os “7 milhões”, a vida no campo e nos centros urbanos nunca será como dantes. Vai continuar a mudar e a vida dos nossos compatriotas também vai continuar a mudar para o melhor!

Administração da justiça e segurança nacional
108. Continuamos a prestar particular atenção ao sistema da administração da justiça como um pilar fundamental do Estado de Direito Democrático, orientados pela nossa visão de “um sistema de administração de justiça célere e ao serviço do cidadão”.
109. No domínio da Reforma Legal, foram criadas condições com vista a impulsionar o funcionamento do sector da justiça, com:
• A entrada em funcionamento dos Tribunais Administrativos de primeira instância, nas provinciais de Nampula, Zambézia e Sofala;
• A entrada em funcionamento dos Tribunais Superiores de Recurso, nas províncias de Nampula, Sofala e Cidade de Maputo;
• A expansão dos serviços de assistência e patrocínio jurídico para mais 14 Distritos, cobrindo actualmente 114 distritos;
• O alargamento da rede do registo civil, potenciando um maior e melhor atendimento dos cidadãos nos actos de registo de cidadania; e
• A construção do Palácio de Justiça de Tete, que congrega todos os serviços da administração da justiça, passando os processos a serem tratados no mesmo edifício, o que cria condições para uma maior celeridade e produtividade.
110. O sistema prisional, que tem como uma das vertentes a humanização e o respeito pela dignidade humana, prosseguiu com a abordagem do desafio estratégico de transformação dos centros prisionais abertos em unidades de produção, tendo em vista a ressocialização e reintegração dos reclusos e a sustentabilidade dos próprios centros prisionais. Nestes centros promove-se a produtividade. Nestes centros ensinam-se habilidades para a vida!
111. Continuamos empenhados na modernização e expansão dos serviços no sector da justiça de modo a assegurar o gozo e o exercício dos direitos e liberdades do cidadão e a proporcionar maior segurança jurídica ao ambiente de negócio na nossa Pátria Amada.
112. As Forças de Defesa e Segurança assumiram um papel de destaque no reforço da Unidade Nacional, na promoção dos valores nobres que nos definem como um Povo especial e na garantia da independência nacional, na preservação da soberania e da integridade territorial, bem como da ordem, segurança e tranquilidade públicas. Deste modo, asseguraram a paz de espírito ao cidadão, o que lhe colocou em melhores condições para se concentrar na nossa Agenda Nacional de Luta contra a Pobreza, na qual, a produtividade e a cultura de trabalho ocupam lugar de destaque.
113. Ainda em resposta a este desafio, prosseguimos com acções de formação multifacetada, elevando continuamente o nível técnico e científico das Forças de Defesa e Segurança e assegurando a sua preparação e prontidão combativa.
114. Registamos, com orgulho, a adesão voluntária de mais jovens ao Serviço Militar. Saudamos estes nossos compatriotas por revelarem um alto sentido patriótico, de auto-estima e de serem exemplo no cumprimento do seu dever cívico. Entram assim em contacto com uma escola de valores nobres, de educação cívica, de Unidade Nacional e de cidadania e contribuem para uma maior produtividade das nossas unidades militares, dos docentes e dos instrutores.
115. Felicitamos as Forças de Defesa e Segurança pelo aumento da produtividade nas suas unidades e no cumprimento das suas missões constitucionalmente consagradas.

Relações externas
116. No âmbito da nossa política externa, continuamos com realizações tendentes a reforçar as nossas relações de amizade e cooperação com todos os povos, Estados e organizações internacionais. Neste quadro, realizamos visitas ao estrangeiro e acolhemos, no nosso solo pátrio, Chefes de Estado e de Governo e outras personalidades. Ainda, no contexto da nossa política externa, assinamos vários acordos de amizade e cooperação sendo de destacar, os acordos de delimitação da fronteira marítima entre Moçambique e Comores e entre Moçambique e Tanzânia. Assinamos igualmente, o acordo sobre o estabelecimento do ponto tripartido da fronteira marítima entre Moçambique, Tanzânia e Comores e celebramos o marco final da reafirmação da fronteira terrestre entre Moçambique e Zambia.
117. Demos, ao longo do ano, a nossa contribuição na dinamização e consolidação da Agenda de Integração Regional da SADC que preconiza a paz, a democracia, a segurança e o desenvolvimento. Neste contexto, saudamos os avanços que se registam no Lesotho, Madagáscar e Zimbabwe. Continuamos a encorajar as partes a apostarem no diálogo como mecanismo para o aprofundamento da confiança mútua e para partilharem os desafios que as suas nações lhes colocam.
118. Temos estado igualmente empenhados, em consonância com a União Africana e as Nações Unidas, no apoio às iniciativas para o estabelecimento da paz e estabilidade em outros países do continente, com realce para a região do Norte de África.
119. Endereçamos os nossos agradecimentos aos nossos parceiros de desenvolvimento pelo apoio multiforme que nos concederam ao longo de 2011. Contamos com o seu apoio e encorajamento em 2012 para continuarmos a implementar, com sucesso, a nossa Agenda Nacional de Luta contra a Pobreza.
120. Moçambique continuou assim a aumentar o seu prestígio no concerto das nações e a demonstrar a sua pujança como um actor de peso na agenda internacional, atraindo mais investimentos que impulsionam a produtividade em todos os sectores de actividade. É neste quadro, que em 2012, vamos acolher e assumir a presidência da SADC e da CPLP.

Avaliação do Estado da Nação
121. A abordagem que fizemos permite-nos concluir que o aumento da produtividade como estratégia de luta contra a pobreza impulsiona uma maior competitividade nos diferentes sectores sócio-económicos. Permite-nos concluir ainda que a produtividade está a impulsionar a criação da riqueza, enraizando-se em todos e em cada um de nós porque, como Nação, continuamos a centrar as nossas atenções:
• Na consolidação da Unidade Nacional, da auto-estima e da Paz;
• No reforço da democracia multipartidária, do diálogo, da inclusão e da harmonia social;
• Na observância dos preceitos do Estado de Direito Democrático;
• Na garantia da estabilidade macroeconómica; e
• Na consolidação e diversificação das relações de amizade, solidariedade e cooperação com outros Povos e Estados.
122. Este quadro, Digníssimos Deputados, minhas senhoras e meus senhores, revela-nos que Moçambique continua a crescer! Moçambique é uma Nação construindo o seu progresso e bem-estar, com a participação de todos nós!

Os desafios do futuro
123. O ano 2012 impõe-nos desafios que derivam da implementação do Plano Económico e Social, num ambiente internacional onde as crises ainda não se dissiparam. Exortamos e encorajamos a todos os nossos compatriotas a prosseguirem com as acções tendentes a dar respostas concertadas aos desafios que nos são colocados pela produtividade em todos os sectores de actividade, para acelerarmos o passo na luta contra a pobreza.
124. Reafirmamos a nossa confiança de continuar a contar com o apoio e encorajamento dos nossos parceiros de desenvolvimento nesta caminhada.
Mensagem para a quadra festiva
125. Antes de terminar, gostaríamos de desejar, aos Digníssimos Deputados um bom regresso para junto das vossas estimadas famílias e comunidades.
126. Na entrada da quadra festiva desejamos Boas Festas e um Novo Ano de 2012 repleto de saúde, paz e amor, êxito e prosperidade pessoal, familiar e profissional. Estes são votos que endereçamos a todos e a cada um de vós, Senhores Deputados, e às vossas estimadas famílias bem como, e de forma especial, a todos os moçambicanos, do Rovuma ao Maputo, do Índico ao Zumbo e no exterior.

Muito obrigado pela vossa atenção.

Fonte: Edson Macuacua -a, in post do Facebook, 21/12/11

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A Ordem dos Advogados de Moçambique, esta sob fortes pressão dos Advogados Estrangeiros.



A Assembleia Geral Extraordinaria da Ordem dos Advogados decide em ser mais cauteloso na admissao de causidicos estrangeiros em Mocambique.


UM ambiente de mal-estar instalou-se no seio dos advogados moçambicanos devido a divergências na forma como causídicos estrangeiros podem exercer a advocacia no país. Porém, mesmo neste cenário, reunidos em assembleia-geral, os advogados votaram por um novo regulamento para inscrição e exercício de advogados estrangeiros que entra em vigor na próxima segunda-feira. No geral, o novo regulamento agrava os requisitos para o exercício da actividade forense por ilustres estrangeiros e surge no quadro da alínea c), do nº 2, do art. 150, dos Estatutos da Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM), aprovado pela Lei n.º 28/2009, de 29 de Setembro.


Alcídio Sitoe, advogado e docente

São basicamente dois os grupos de pensamento formados em torno desta questão. O primeiro, por sinal composto pela maioria dos advogados, defende restrições gravosas à entrada de estrangeiros, alegando que os moçambicanos estão formados para tudo quanto diga respeito ao direito.

Para o segundo grupo, é preciso dar um maior espaço aos ilustres estrangeiros devido à sua especialização e ao seu maior domínio de algumas matérias jurídicas emergentes no ordenamento jurídico moçambicano.

Alcídio Sitoe, advogado e docente universitário integra o grupo da maioria. No seu entender, a especialização não é motivo bastante para que se abra maior espaço para os causídicos estrangeiros, uma vez que este problema pode ser resolvido promovendo palestras e cursos de curta duração para os moçambicanos.

“Ser advogado é bastante difícil inclusive para os próprios moçambicanos. Assim sendo, não se pode facilitar aos estrangeiros baseando-se nos argumentos que têm sido aflorados”, sublinhou.

Alcídio Sitoe considera que trazer muitos advogados ao país pode levar à ideia errónea segundo a qual Moçambique está bem em termos de assistência jurídica.

“É preciso entender que a função de um advogado tem um cunho social enquanto garante do acesso à justiça e da legalidade. Esta actividade do Estado é mais segura se exercida pelos próprios moçambicanos e não pelos estrangeiros como alguns colegas pretendem”, argumentou Sitoe.

Mais do que o exposto, este advogado acredita que, no futuro, influências negativas desses ilustres podem se reflectir na legislação interna se considerado que estes profissionais lidam com os pilares da justiça.

“Não estou a favor de fronteiras estanques em qualquer que seja a área profissional, mas penso que é preciso filtrar. É assim como fazem outros países como Angola”, disse ele.





Baltazar Egídio, igualmente advogado e docente, foi mais longe ao dizer que pensar que só os estrangeiros estão habilitados para lidar com matérias jurídicas equivale a dizer que é preciso “importar” juízes para dirimir conflitos nos tribunais moçambicanos.

Na sua análise, o advogado é um interpretador das normas vigentes daí que não pode ter dificuldades. Talvez se o advogado tivesse que legislar. Todavia, isso é feito pela Assembleia da República.

“Nós como Ordem dos Advogados estamos a caminhar firmemente e muito bem. Eu nunca ouvi alguém a dizer que tem falta de advogado por não ter especialização. Ademais, são os advogados moçambicanos que melhor conhecem as outras formas aceites para a resolução de conflitos nos termos do pluralismo jurídico previsto na Constituição da República”, apontou Baltazar Egídio.

Igualmente, no que tange à reciprocidade, os causídicos moçambicanos enfrentam imensas dificuldades para exercer a advocacia em Portugal, donde muitos querem vir. Há países que simplesmente fecham o exercício de advocacia pelos estrangeiros.

“Muitos desses advogados estrangeiros querem vir ao nosso país de modo a tirar maior proveito das empresas mineiras que se estão a instalar no nosso país. Daí que é preciso definir regras bem rígidas em defesa dos nacionais”, assegurou.

Segundo Dr. Caldeiras, o País não tem advogados para transacções de vulto (nao concordo com essa afirmação).



José Caldeira é um dos advogados moçambicanos que defende maior abertura para causídicos estrangeiros de modo a atender a questões comerciais relativas àquilo que chamou de “grandes transacções”.

Conforme disse, os contratos das grandes empresas, algumas delas multinacionais, só podem ser elaborados com a necessária qualidade por pessoas familiarizadas com este tipo de matéria jurídica.

“Eu sou contra a posição da Ordem dos Advogados tomada em Assembleia-Geral Extraordinária no último sábado, dia 3 de Dezembro, pois ela traz prejuízos ao país, numa altura em que o Governo encoraja o investimento no país”, disse.

A título de exemplo, referiu que o Código Comercial vigente foi elaborado por um consórcio estrangeiro exactamente porque o Governo notou que não há capacidade interna para o efeito. Muitos advogados moçambicanos ainda não sabem lidar com matérias como crédito de carbono, gás e sobre outros recursos minerais.

“Hoje em dia as grandes transacções têm muitos elementos semelhantes nos diversos países daí que não é verdade que os estrangeiros desconhecem a nossa legislação, até porque estamos a caminhar para a harmonização de normas ao nível da SADC – Comunidade de Desenvolvimento da África Austral”, sublinhou.

Francisco Avillez, advogado português que opera no país há 15 anos, com inscrição número 159 na Ordem dos Advogados de Moçambique, afirmou que muitos escritórios têm importado conhecimento dos advogados estrangeiros através da Internet ou telemóvel. Isso mostra que ainda não há capacidade interna suficiente para lidar com certas matérias de direito.

“Eu concordo com o novo regulamento aprovado na última Assembleia-Geral da Ordem. Todavia, penso que o requisito de 20 anos exigível aos estrangeiros que queiram trabalhar em Moçambique está exagerado”, sublinhou.

No seu entender, naquelas áreas onde há falta de pessoas experientes devia se facilitar. Aliás, é assim noutras áreas como a Medicina e construções.


A posição da maioria dos advogados mocambicanos que consta do novo regulamento, aprovado na Assembleia Extraordinaria da Ordem dos Advogados de Mocambique, a 3 de Dezembro de 2011

No quadro destes debates, a Ordem dos Advogados de Moçambique aprovou na última segunda-feira, um novo regulamento para inscrição e exercício de advogados estrangeiros, na sequência da assembleia extraordinária realizada no pretérito dia 3 de Dezembro. O documento entra em vigor no próximo dia 1 de Janeiro e, por sinal, tornou mais difícil a entrada de estrangeiros no mercado moçambicano.

“Já não faz sentido discutir este assunto porque já temos aprovado um regulamento que reflecte a posição dos advogados. Que fique claro que esta não é minha posição ou de um outro advogado. É o culminar de debates de um órgão soberano de todos nós”, precisou Gilberto Correia, Bastonário da Ordem dos Advogados de Moçambique.

Dentre outras novidades, o novo regulamento estabelece requisitos especiais para a inscrição de advogados estrangeiros, onde se destaca que só o advogado estrangeiro com 20 anos de exercício de advocacia pode trabalhar no país.

As vagas são determinadas nos seguintes termos: dois porcento quando o número de advogados moçambicanos for inferior a 1000; um porcento e meio quando o número de advogados moçambicanos for superior a 1000, mas inferior a 2000 e, por fim, um porcento quando o número de advogados moçambicanos for superior a 2000.

Presentemente, existem no país cerca de 850 advogados filiados na Ordem, uma instituição com cerca de 15 anos de existência. Portugal, país de onde provêm muitos causídicos conta com aproximadamente 30 mil advogados.

Fonte: Jornal Noticias, Online, 09/12/2011, por jornalista: ARSÉNIO MANHICE.
Editado por: Jobe Fazenda.


Meu Ponto de Vista sobre aceitação de advogados estrangeiros em Moçambique


O mercado moçambicanos, não deve tornar se tão vulnerável à embates externos, porque maior parte desses advogados querem vir para Moçambique, por causa da crise financeira sem precedentes que abraçou a Europa, bem como para abocanharem os grande contratos com as empresas de sector mineiro.
Não, podemos de ânimo leve aceitar que eles venham resolver os seus problemas no nosso mercado, dificultando mais o desenvolvimento dos mocambicanos. Porque não vinham advogar em Moçambique na altura em que tinhamos falta de advogados? E será que esses estrangeiros irão aceitar prestar o seu trabalho para a população carenciada sem receber nada em troca? Ou seja, irão eles fazer o trabalho social? Ou virão simplesmente para inflacionar mais a vida do cidadão comum, tornando mais difícil o acesso a justiça para os cidadão carenciados, porque será muito caro ter um advogado.
Recuso me redondamente a aceitar a ideia de que entre os moçambicanos nao existe capacidade jurídica profissional suficiente para responder as chamadas "transacções de vulto", isso é uma mentalidade colonialista que deve ser abandonada, temos capacidades para responder as necessidades do nosso ordenamento jurídico, e podemos reforçar essa mesma capacidade por via de formação, como fez menção o Dr. Acides Sitoe, acima.


Tenho dito
Destilado por: Luis Jose Jobe Fazenda.

O ENCONTRO DO ANO: Finalmente o Presidente Armando Guebuza e lider da Renamo Afonso Dhlakama dialogam em Nampula




O PRESIDENTE da República, Armando Guebuza, conferenciou ontem, na cidade de Nampula, com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, a pedido deste. Não foram feitas quaisquer declarações sobre o assunto por parte do Governo. Mas, de acordo com Afonso Dhlakama, que à saída da audiência falou à Imprensa, o encontro foi “bom e aberto”, afirmando que se trata da primeira reunião mantida, nos últimos tempos, com o Presidente Armando Guebuza e que abre boas perspectivas para o diálogo destinado à resolução dos problemas que o país atravessa.

Dhlakama disse que não houve muito tempo para a produção de acordos, “mas a conversa foi boa. Tiramos fotografias e tive a oportunidade de lhe falar das minhas inquietações”.

O líder da Renamo acrescentou que no referido encontro foram tratadas questões relacionadas com supostas fraudes eleitorais, partidarização do Estado, discriminação e afastamento dos antigos guerrilheiros da Renamo das fileiras das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), e o que chamou de “monopólio” do partido Frelimo na gestão dos grandes projectos de desenvolvimento.

“Falei sobre os mega-projectos. Disse que as parcerias devem deixar de beneficiar apenas os membros da Frelimo. Eu também quero ser empresário. O senhor e outros moçambicanos também. Daí que tenhamos que pôr ponto final a isso”, afirmou a jornalistas.

A resposta de Armando Guebuza a estas questões, segundo Afonso Dhlakama, é que elas não têm nenhum fundamento.

Dhlakama disse acreditar que o encontro de Nampula venha a produzir os resultados desejados, dado que notou certa receptividade da parte do Presidente Armando Guebuza para levar os assuntos abordados à consideração. Todavia, assegurou que caso os assuntos não sejam tomados a peito o seu partido irá avançar com a construção de quartéis para reagrupar os antigos guerrilheiros da Renamo desmobilizados do exército nacional e irá promover manifestações pacíficas à escala nacional para obrigar a Frelimo a abandonar o poder e dar lugar à criação de um governo de transição que durará três anos, até à realização de novas eleições gerais.

Fonte: Jornal Noticias, Online, Maputo, 09/12/2011

ELEIÇÕES MUNICIPAIS INTERCALARES EM MOÇAMBIQUE (CUAMBA, PEMBA, QUELIMANE): Apuramento provisório segundo o STAE




OS candidatos do partido Frelimo para a presidência dos municípios de Cuamba, no Niassa, e Pemba, em Cabo Delgado, Vicente Lourenço e Tagir Carimo, suplantaram os seus adversários na corrida para a presidência destas duas autarquias. Entretanto, Manuel de Araújo, concorrente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) para a liderança do Município de Quelimane, na Zambézia, derrotou o seu adversário proposto pela Frelimo, Lourenço Abú-Bacar.

Estes dados foram avançados ontem, em Maputo, pelo Director-Geral do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), Felisberto Naife, quando procedia ao anúncio dos resultados provisórios das eleições autárquicas intercalares realizadas quarta-feira naquelas três autarquias.

De acordo com o STAE, no Município de Cuamba os resultados apurados apontam para uma participação de 6.699 (14,60 porcento) eleitores que exerceram o seu direito de voto, num universo de 45.898 inscritos, o que significa uma abstenção de 85,40 porcento.

Do total dos votos escrutinados, 6.441 (95,70 porcento) foram considerados válidos, 130 (1,94 por cento) em branco e 158 (2,36) nulos.

Assim, dos votos válidos, 4.095 foram depositados a favor do candidato da Frelimo, Vicente da Costa Lourenço e 2.316 na candidatura do MDM, representado por Maria José Moreno, o que significa que o primeiro arrecadou 63,87 pontos percentuais dos votos validamente expressos e Maria Moreno apenas conseguiu amealhar 36,13 porcento.

No que respeita ao Município de Pemba, o candidato da Frelimo, Tagir Ássimo Carimo, conseguiu arrecadar 13.571 votos (88,93 porcento), contra 1.468 (9,62 porcento) do concorrente do MDM, Assamo Tique, e 221 (1,45 pontos percentuais) do candidato do PAHUMO, Emiliano José Moçambique.
Nesta autarquia estavam inscritos para esta votação 88.011 eleitores, dos quais 16.017 (18,20 por cento) exerceram o seu direito de voto, o que significa que 71.994 (81,80 porcento) eleitores abstiveram-se.

Ainda neste município, o STAE escrutinou 282 votos em branco (1,76 porcento) e considerou nulos 457 (2,97 porcento, o que vale dizer que 15.260 votos foram considerados válidos.

Já na cidade de Quelimane, a corrida eleitoral envolveu, tal como em Cuamba, apenas dois concorrentes, nomeadamente, Lourenço Abú Bacar Bico, da Frelimo, e Manuel de Araújo, do MDM. Araújo arrecadou um total de 22.644 votos, o correspondente a 62,28 por cento dos votos validamente expressos, enquanto Abú Bacar Bico reuniu 13.712, o equivalente a 37,72 por cento.

Nesta autarquia, foram votar 36.356 dos 134.545 eleitores inscritos, o que corresponde a 27,96 por cento. A abstenção situou-se em 72,04 por cento, ou seja, 96.931 eleitores não exerceram o seu direito cívico e constitucional de votar.

Do total dos votos expressos, 825 (2,19 porcento) foram considerados em branco e 433 (1,15 porcento) nulos.

Segundo o director-geral do STAE, estes resultados reflectem a contagem feita em todas as mesas de assembleia de voto instaladas nos três municípios que acolheram estas “intercalares”. Sobre os alegados distúrbios que teriam manchado o processo eleitoral, particularmente em Quelimane, o director-geral do STAE afirmou que a sua instituição acompanhou tais incidentes a nível da comunicação social, mas que no terreno elementos do STAE a nível local se encarregaram de resolvê-los.

Fonte: Jornal Noticias, Online, Maputo, 09/12/11

Governo Moçambicano garante pagamento do décimo terceiro salário apesar da crise




O ministro das Finanças, Manuel Chang, garantiu ontem que os funcionários do aparelho do Estado vão receber o décimo terceiro salário apesar da crise que a economia mundial está a viver e que, em alguns países europeus, já levou ao congelamento de salários de funcionários públicos.

Chang disse ainda que o décimo terceiro salário é já um dado adquirido, sendo que o mesmo será pago aos funcionários que servem o Estado no próximo mês de Janeiro.

" Feita a avaliação, achamos que pelo menos para este ano ainda é possível fazer-se isso”

“O décimo terceiro já foi incorporado em termos de definição do estatuto dos funcionários do Estado como sendo uma remuneração certa. Portanto, a partir dessa altura em que isso foi definido ele passa a ser incorporado no Orçamento do Estado. Então isso significa que vamos ter décimo terceiro para este ano”, disse o ministro.

Quando questionado sobre as implicações da redução da margem de fundos, por parte de alguns parceiros que apoiam o Orçamento do Estado, no pagamento do décimo terceiro salário, Manuel Chang garantiu que o governo já tomou em atenção este aspecto, acrescentando que “isso tudo depende do volume do salário que é pago.

Fonte: Jornal O Pais, Online, Maputo, 09/12/2011

Formados cerca de 400 juízes comunitários pelo CEPAJI




A formação dos juízes surge pelo facto do CEPAJI ter descoberto que existe um elevado défice de conhecimento da matéria jurídica por parte dos praticantes da “justiça informal”.

O Centro de Apoio à Justiça Informal, CEPAJI, uma organização não-governamental que actua no país, desde 2009, diz que já formou um pouco mais de 400 juízes que trabalham nos tribunais comunitários, um pouco por todas as províncias do país.

A formação dos juízes surge pelo facto do CEPAJI ter descoberto que existe um elevado défice de conhecimento da matéria jurídica por parte dos praticantes da “justiça informal”. Grande parte dos juízes que julgam casos na comunidade não possui nenhum conhecimento de direito. E, como forma de reverter a situação, o CEPAJI decidiu abraçar o projecto de formação e capacitação destes juízes.

Essa informação foi revelada semana passada pelo director nacional do Centro, Luíz Bitone, que falava no âmbito do seminário nacional de formação de juízes para tribunais comunitários realizado na capital do País.

Fonte: Jornal O Pais, Online, Maputo, 09/12/11