segunda-feira, 2 de março de 2009

Parlamento Juvenil diz: "Prioridade da juventude é só nos discursos”



Parlamento Juvenil

Decorre em todo o país, desde o mês passado, um ciclo nacional de capacitação de 560 líderes juvenis em matéria de liderança, advocacia e participação.

As capacitações pretendem responder a um alegado “silêncio assustador no seio da juventude”, e estabelecer uma estratégia nacional de advocacia sobre direitos e prioridades dos jovens, à luz da Carta Africana da Juventude, conforme afirmou Salomão Muchanga, presidente do parlamento juvenil de Moçambique.

Falando na Beira, no término de um ciclo de formação, Muchanga referiu que a juventude tem estado apática naquilo que são os seus grandes objectivos e desafios. “Nós pretendemos, com esta capacitação, elevar os índices de exercício de cidadania, para que a juventude goze de primazia na sociedade, e seja uma juventude indagadora, interventiva. É que, à medida que nos afastamos dos discursos políticos e nos aproximamos do terreno, constatamos que as prioridades da juventude ficam diluídas”.

Para sustentar a sua posição, Salomão Muchanga apontou, como exemplo, a “fraquíssima” qualidade de ensino, o emprego precário, a criminalidade, o HIV/SIDA e a problemática de habitação, mas que, segundo disse, o governo não está interessado em ajudar os jovens.

“Não há políticas de habitação para jovens em Moçambique, não há políticas claras de empregos, e a carência da justiça social, a decadência de famílias e das igrejas, a ausência da autoridade do Estado perante várias situações, que ocorrem na sociedade, desafiam a juventude a estabelecer uma discussão para uma acção colectiva, erguendo a sua voz, deixando assim de ser uma geração de silêncio. Devemos começar a actuar como uma maioria de acções e não silenciosa”. Frisou o Presidente do Parlamento Juvenil de Moçambique.
Fonte: Jornal O País, 27 de fevereiro de 2009

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