sexta-feira, 5 de março de 2010

ABRIU HOJE O ANO ACADEMICO 2010 NA UEM

DISCURSO DO PRESIDENTE DA AEU-UEM POR OCASIAO DA ABERTURA DO ANO ACADÉMICO 2010


Sua Excelência Ministro da Educação;
Venerando Presidente do Conselho Constitucional
Sua Excelência Governadora da Cidade de Maputo;
Magnífico Reitor da Universidade Eduardo Mondlane;
Excelentíssimo Vice-Reitor Académico da UEM; Digníssimos Directores;
Digníssimos Membros do Conselho Universitário;
Ilustre Colegas;
Distintos Convidados;
Minhas Senhoras e Meus Senhores;

É com muita honra que a Associação dos Estudantes da Universidade Eduardo Mondlane dirige-se à todos vós, para presenciar esta grandiosa cerimónia oficial de abertura do ano académico 2010.

Esta cerimónia é carregada de um tom especial, em virtude de coincidir com a celebração dos 35 anos de independência nacional, um período em que deve se fortalecer a “UNIDADE NACIONAL” arquitectada pelo nosso patrono “Doutor Eduardo Mondlane”.

A mesma coincide ainda com o Ano Internacional de Aproximação de Cultura, uma componente que deve merecer uma cada vez mais maior atenção no nosso percurso académico. A busca do saber, que deve ser incessante, não é algo desconexo àquilo que são as manifestações culturais do nosso vasto e belíssimo Moçambique.

Congratulamos os esforços que vêm sendo levados a cabo pela universidade, principalmente no plano externo, que culminou com a assinatura de vários acordos, com maior relevância para o projecto “um estudante, um computador”.

Ainda no plano externo, a UEM assinou o acordo com o Comité Organizador dos Jogos Africanos que vai permitir a construção de residências e outras infra-estruturas desportiva. Alargando assim a capacidade de alojamento dos estudantes.

Distintos convidados

Vivemos a era do conhecimento. Onde as relações económicas, políticas, sociais, etc. baseiam-se no conhecimento. O orçamento aplicado ao sector de educação ainda revela-se insignificante, abaixo dos sete por cento, se comparado com alguns países que chagam a injectar cerca de 15 (quinze) por cento.

Queremos com isso dizer que investir na educação é investir no conhecimento e investir no conhecimento é investir no combate à pobreza.

Excias,

A UEM tem uma longa tradição como maior e mais antiga instituição de ensino superior em Moçambique. É necessário que se multipliquem esforços para assegurar a excelência e qualidade de ensino.

Isso passa pelo reforço e actualização do acervo bibliotecário, apetrechamento dos laboratórios e a reabilitação de infra-estruturas degradadas.

É imprescindível que a estrutura física da universidade seja constantemente requalificada, para adequar a introdução de novos cursos e do aumento do número de estudantes.

Minhas senhoras e meus senhores,

De nada valerão esses esforços se na nossa universidade continuarmos a ter uma autonomia excessiva dos docentes, que muitas vezes têm criado aquilo que o Magnifico Reitor chamou de engarrafamento dos estudantes na universidade, devido ao elevado índice de reprovações verificadas nas nossas faculdades e desrespeito ao princípios pedagógicos em nome da autonomia académica dos docentes.
Ilustres professores, será que ser autónomo significa: - Não respeitar as estruturas administrativas da universidade?
- Fazer reprovar estudantes finalistas dos estágios por mero capricho?
- Reter o estudante na universidade por vários anos por causa de uma só cadeira?
- Incumprimento do calendário académico dando aula nos feriados e finais de semana?
- Reprovando mais da metade dos estudantes numa cadeira?
- Publicar as pauta tardiamente?
Onde está o sentido humano da docência?

Ilustres lembremos que actualmente tratar mal o estudante não é indicador de profissionalismos, por isso sugerimos que direcção pedagógica trabalhe para melhorar esses problemas.
Temos conhecimento que os problemas aqui arrolados são cruciais, mas como dizia o Prof.Dr. Teodoro Waty na sua obra de finanças públicas, citando BOCACIO, “mas vale arrepender - se de ter tentado do que arrepender – se de nunca ter tentado”.


Magnífico Reitor,

Não temos dúvidas que a Universidade tem feito muito com vista a dotar a instituição de todo um conjunto de condições adequadas para o termo, com sucesso, dos nossos cursos, mas há ainda muito por concretizar.

O estudante é o núcleo gravitacional do ensino e maior capital da universidade. Não podemos ser excluídos das principais decisões, tal como está neste momento a acontecer em Inhambane.

Permita-nos aproveitar a ocasião para deixar ficar as nossas inquietações em torno de alguns aspectos que julgamos cruciais para nossa vida académica.

A universidade vai crescendo a cada ano que passa em termos de ingressos, mas é notável que o crescimento infra-estrutural não tem ido na mesma velocidade, traduzindo-se assim na existência de turmas ambulantes, salas de aulas superlotadas, que resulta na disputa de salas entre turmas nos Espaços Comuns.
Talvez a solução desse problema passe pela maior exploração do ciberespaço com recurso ao ensino a distância.

As condições sociais, o alojamento e alimentação são uma componente fundamental na vida dos estudantes da UEM, dai que urge imprimir reformas profundas.
Ainda que de forma despercebida, contribuem negativamente no rendimento académico.


Magnífico,
A solução das maiores enfermidades da UEM, passa pelo trabalho de campo dos órgãos centrais. Gostaríamos de encorajar à direcção da universidade a visitar as faculdades e residências, para se inteirar melhor do que estamos a retratar.

Aproveitamos a oportunidade, para agradecer a flexibilidade da reitoria na solução de alguns problemas acima indicados, principalmente no aumento do valor da bolsa, que mantém-se estático desde 2004, resultando na corrosão da capacidade financeira do estudante perante o aumento das variáveis económicas nos últimos seis anos.

Felicitamos a universidade por introduzir a faculdade de filosofia, alargando mais as possibilidades de acesso ao ensino superior dos nossos colegas.

Da associação de estudantes vão especiais saudações à todos os presentes, mormente aos colegas estudantes à quem evidenciamos um desejo de um ano académico repleto de êxitos.
Esperando que a nossa relação com nosso ilustres docentes seja melhor, materializando a nossa reforma académica.

Pela vossa atenção, muito obrigado.

Maputo, aos 05 de Março de 2010

O Presidente

Luís José Jobe Fazenda

Um comentário:

Unknown disse...

Concordei com a excessiva da docencia. é incrível a forma como o docente universitário se considera o centro do saber, desenha espectativas abstratas em relação aos seus estudantes tornando a avida estudantil e do investimento em educação num verdadeiro desperdício em meios e tempo. basta para isso se sentir desafiada pela autodidática do estudante!... que coisa isso é uma barreira a combater mesmo já senti na pele isso...

não compreendo essa de 15% do investimento em educação parece que nós estamos acima disso, ou estou equivocado?