segunda-feira, 29 de junho de 2009

TRAGEDIA, DESCARRILAMENTO NA LINHA DE SENA



DESCARRILAMENTO NA LINHA DE SENA : NÚMERO DE VÍTIMAS SOBE DE TRÊS PARA SETE

SUBIU de três para sete o número de mortos provocados pelo descarrilamento de um comboio de serviço registado na passada terça-feira na Linha de Sena, concretamente na ponte sobre o rio Chitsadze, no posto administrativo de Inhamitanga, distrito de Cheringoma, em Sofala. Com efeito, no local do sinistro ainda se suspeita da existência de dois corpos entre os destroços de um vagão, facto que se associa ao cheiro que se faz sentir. Outro óbito foi registado no Centro de Saúde de Inhaminga um corpo chegou sem vida ao Hospital Central da Beira durante o processo de evacuação, enquanto no terreno foram já removidas três pessoas.

O supervisor de soldadura da Companhia Caminhos de Ferro da Beira (CCFB), Belinho Alfredo, disse em contacto com o nosso Jornal que a circulação de comboios estará interrompida por tempo indeterminado.
Conforme constatou a Reportagem da nossa Delegação da Beira no local do acidente, dos 19 vagões que tombaram cinco transportavam cimento e os restantes levavam combustível, travessas de betão armado, carris, entre outros materiais que ficaram completamente reduzidos a cinzas, sendo que a ponte sobre o rio Chitsadze apresenta-se parcialmente danificada. O material transportado destinava-se às obras na via no trajecto Doa/vila de Moatize, numa extensão de aproximadamente 150 quilómetros.
Segundo Belinho Alfredo, o acidente pode ter sido provocado pela negligência de alguns funcionários em serviço na data do acidente, no Comando da CCFB na estação ferroviária do Dondo.
Revelou que a tripulação teria sido antecipadamente informada que a locomotiva D150, destacada na altura, sempre apresentou problemas mecânicos de travagem, além de que vinha duma reparação e não oferecia segurança para uma longa viagem como a de Dondo a Doa.
Inicialmente teria sido acatado este alerta, chegando mesmo a se preparar uma outra locomotiva. Contra todas as previsões, a ideia viria a ser reprovada, mantendo-se a máquina inicial, segundo revelou o supervisor de soldadura da CCFB, Belinho Alfredo. Como se isso não bastasse, o furgão que normalmente anda equipado de um sistema de travagem de emergência não dispunha deste dispositivo por motivos desconhecidos.
Para flexibilizar a remoção dos destroços, já se encontra no terreno uma grua robusta proveniente da vizinha província de Manica para auxiliar outra de menor capacidade envolvida nesta operação, sendo que esses trabalhos poderão terminar ao longo da semana.

Posteriormente serão avaliados os prejuízos materiais e seguir-se-á a reconstrução da via numa extensão de aproximadamente dois quilómetros, prevendo-se que os trabalhos possam durar acima de um mês.

FONTE- Notícias, Maputo, Segunda-Feira, 29 de Junho de 2009

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